Não é só Armando Babaioff quem questiona os influenciadores nas novelas

Ator participou do Sem Censura e questionou a aposta da Tv nos influenciadores

José Armando Vannucci
José Armando Vannucci - José Armando Vannucci
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Armando Babaioff não faz novelas desde 2019, quando foi o vilão de Bom SucessoVictor Pollak/Globo
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A declaração de Armando Babaioff sobre a presença cada vez maior de influenciadores em novelas e séries traz uma importante e necessária discussão. Até que ponto a televisão pode e deve investir em novos nomes para atrair um público mais jovem? Será que a estrela da internet salvará a TV aberta porque conseguirá finalmente rejuvenescer sua plateia? São perguntas que apenas aquecem uma conversa que já acontece há muito tempo.

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Mesmo antes da pandemia e ainda na fase dos contratos de longa duração, o número de seguidores em redes sociais era um dos parâmetros para a escolha do elenco. Já ouvi de muitos artistas que perderam um bom papel porque, apesar de um teste excepcional, não era atuante nas redes sociais. Além disso, ouvi de alguns diretores que o artista com muitos seguidores contribuiu para a divulgação da novela ou série. Mas, na prática não é o que se observa.

Se a gente olhar para a história recente da televisão, surgem muitos exemplos de grandes estrelas da internet que simplesmente não aconteceram na TV aberta. E não foram poucas as tentativas. Blogueiros e vlogueiros escalados até para revistas eletrônicas, sem grande repercussão. Entretanto, vários influenciadores foram buscar nos programas convencionais da TV a popularidade que não é segmentada. Já ouvi de um empresário do ramo digital que seu cliente deixou de ser conhecido exclusivamente pelo jovem que o assistia no celular no quarto depois de aparecer na TV. E ele concluiu: “agora reconhecido da portaria até o último andar e por todas as gerações”. E é claro, seu valor comercial aumentou.

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Antigas estratégias da mesma TV

Houve uma época em que a televisão recorria às modelos e manequins para apresentação de programas e elenco de novelas. E graças a isso, por exemplo, surgiu Xuxa Meneghel, a maior referência de apresentadora infantil. Mas, ela se colocou à disposição para aprender, ouvir diretores e a trabalhar intensamente. Atrizes e atores também surgiram a partir deste olhar do comando da TV, mas todos correram atrás de aprimoramento e, principalmente, trabalho em grupo.

Armando Babaioff levantou justamente este ponto durante sua participação no Sem Censura. As portas não estão fechadas, mas fundamental que o influenciador queira ajudar na construção e saiba exatamente o quanto é difícil fazer televisão, teatro ou cinema.

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E nessa discussão, cabe aos diretores das emissoras de TV olharem para a história do próprio veículo e perceber que não é garantia de renovação apostar em quem tem respaldo na internet. Até o momento, não vi os milhões de seguidores de Virgínia Fonseca à frente da TV. Ela é sim uma apresentadora porque respeita os elementos do veículo, quer aprender e conversa com um público mais velho que já está ali no sofá à frente da televisão.

Pelo visto, trata-se de uma discussão que não acabará tão cedo.

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