O Vannucci Responde acaba de ganhar mais espaço. Além dos vídeos postados três vezes por semana no Canal do Vannucci no Youtube, haverá uma versão em texto, publicada todos os domingos aqui no site. Vocês podem mandar as perguntas e opiniões pelas redes sociais @javannucci, no espaço reservado aos comentários nos vídeos ou aqui neste texto. Vamos ampliar o Vannucci Responde, espaço que fala sobre televisão sempre a partir do que interessa a vocês.
Recentemente, assisti a uma entrevista de Marina Person em que ela disse que “A filosofia da MTV Brasil, desde o começo, era que a gente não tem que dar ao jovem o que ele quer; a gente tem que dar ao jovem o que ele ainda não sabe que quer’. Transportando essa ideia para o cenário televisivo atual, sinto que a TV tem buscado cada vez mais oferecer ao público aquilo que já é sucesso garantido, em vez de apostar em novas ideias. Como você mesmo apontou em sua última coluna, estamos em uma era em que aqueles que comandam as TVs as enxergam somente como um negócio, o que oferece cada vez menos margem para experimentações. Sinto que a TV perdeu o papel de apresentar ao público aquilo que precisa ser dito e está cada vez mais se curvando aos desejos de seus próprios espectadores, sem se permitir inovar ou até mesmo provocar o público com aquilo que precisa ser colocado em pauta. Em resumo, sinto que as TVs estão se tornando reféns de um conservadorismo que veio do público e que agora se internalizou, o que não dá espaço para ideias mais provocativas e necessárias.
“A gente tem que dar ao jovem o que ele ainda não sabe que quer”. Esse pensamento também era muito comum em executivos de outras emissoras de TV porque sabiam que parte do sucesso vem do fator surpresa. A televisão sempre esteve à frente do seu tempo, provocou a sociedade e, com isso, contribuiu para importantes mudanças e evoluções no dia a dia do nosso país. Os grandes autores de novelas sempre usaram dessa máxima. Mas, ao mesmo tempo, recorriam a alguns elementos que geravam o conforto no telespectador. Ou seja, dá o que ele está acostumado para avançar sem criar resistências.
O Silvio de Abreu lembrou na entrevista que concedeu lá no Vem Pod Chegar que nos dias atuais a decisão de investimentos está na mão do produtor, que administra o orçamento e não quer correr riscos e ter prejuízos. E, com isso, possuem emissoras mais equilibradas em suas finanças, mas tímidas no conteúdo e com a mesmice em suas grades.
A nova geração de executivos
Quem ama TV / Novela não consegue ver sintonia com essa nova geração que pensa na parte financeira/ administrativa! E por sua vez a nova geração não consegue dialogar com um novo público! Ninguém percebe isso? Há esperança?
Rafa, a televisão atravessa um dos seus piores momentos criativos. Não há mais o mesmo volume de recursos dos anunciantes e as verbas publicitárias estão mais pulverizadas. Os atuais executivos da televisão são cheios de pós-graduação, mestrado, doutorado e especializações internacionais. Possuem mais conhecimento acadêmico, adoram pesquisas, mas não possuem a mesma sensibilidade de quem comandava a televisão nas décadas anteriores. Boni batia o olho numa novela e sabia se aquilo daria certo ou não. Silvio Santos conhecia como poucos o gosto do público e não tinha medo em arriscar com o novo. Diretores dos programas de auditório faziam suas apostas todas as semanas e não tinham medo de perder, mas lutavam para ganhar. Atualmente, os executivos circulam nas feiras de conteúdo, conhecem formatos internacionais e colocam no ar programas sem características brasileiras.
Eles serão obrigados a mudar, afinal está muito claro que toda vez que namoram com a internet não conseguem os melhores resultados. As quedas nas audiências e faturamento obrigarão a revisão de posturas. Mas será que haverá tempo? Essa é a questão que ainda divide muito a opinião.
Em cidades vizinhas de estados diferentes como Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), onde há uma afiliada em cada município, existem 2 sinais da Globo? Não há divergência com o mercado publicitário?
Aqui no Ceará tem TV Verdes Mares afiliada Globo. São duas emissoras uma em Fortaleza e a outra no Cariri. Pertencem ao sistema Verdes Mares de Comunicação.
O ideal é que o sinal não vaze na cidade com cobertura da outra emissora, mas isso nem sempre acontece. Nesse caso, acontece o prejuízo comercial. A Globo desfiliou a TV Fronteira, que ficará na rede da Globo até o meio do ano. Depois, a TV Tem assumirá a distribuição do sinal nessa região. Detalhe: os anunciantes já disseram que os valores aumentarão e que não desejam ver seus anúncios vazados em outras cidades. Ou seja, um impasse grande.
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