Humberto Carrão entrega tudo o que esperamos de Vale Tudo

A cena da briga entre Afonso e Odete Roitman é o melhor exemplo de qual caminho deve ser adotado por Vale Tudo. Esse momento do capítulo desta quinta-feira (22/5) se transformou num dos principais assuntos das redes sociais. A maioria elogiou a interpretação de Humberto Carrão, que entregou ali todo o ressentimento de um filho com uma mãe ausente, manipuladora e de alma doente. Ele jogou na cara da grande vilã todas as frases que o público gostaria de falar e, pela primeira vez, levou o telespectador a não dar razão para a empresária.

Cena muito bem interpretada por Humberto Carrão. Aliás, o público aguardava algo mais intenso de Afonso que, até aqui, só teve embates profissionais com a mãe. Mas, a explosão desta quinta-feira entregou a quem estava em casa tudo o que se espera de uma boa novela. Confesso que na hora não entendi muito a não reação de Odete Roitman. Imóvel com o filho berrando à sua frente, talvez nem ela esperasse tamanha ousadia. E um bom folhetim pede o desmaio da vilã. E o que será que aconteceu com ela? Uma boa deixa para o próximo capítulo.

O fato é que a repercussão dessa cena traz alguns recados para Manuela Dias, o diretor e, porquê não, o telespectador. Para a autora a mensagem é sobre qual intensidade de texto queremos assistir em Vale Tudo. Para a direção, o tom mais folhetinesco na interpretação. E para o público um sinal de que é necessário não pré julgar a novela porque, assim como um novelo de lã, é necessário puxar um pouco por dia a linha. Ou seja, sucesso ou fracasso não acontecem com apenas um capítulo ou com blocos deles.

Quem foi melhor?

Bastou a cena entre Afonso e Odete entrar no ar para uma grande discussão ganhar as redes sociais. De uma forma geral, Humberto Carrão dominou a cena. E não poderia nem ser diferente, afinal a ação está nele. Carrão falou com o olhar, com a lágrima presa e com o gestual. O texto ganha intensidade a partir dessa combinação. Mas, e Débora Bloch? Eu gostei do caminho adotado pela atriz para a não reação da empresária. Havia ali um sarcasmo, uma ironia, um deboche da ousadia do filho, afinal para ela a opinião dele sobre sua personalidade ou o que representa para os outros é o de menos.