Mania de Você não tem coerência para ser chamada de novela

Mania de Você está completando 2 meses e meio no ar e, até o momento, apesar de todas as voltas e reviravoltas da trama, não disse a que veio. E provavelmente receberá a coroa de novela de pior audiência da história da Globo.

Primeiramente, temos que analisar se o produto veiculado pela Globo em horário nobre é ou não uma novela. Dizer que se trata desse produto televisivo só porque se compõe em capítulos é precipitado.

Mania de Você está mais para uma série, cujo conteúdo não revela verossimilhança alguma com a realidade brasileira, do que para uma telenovela.

A coerência de uma novela

Uma boa novela tem, além de raízes na realidade (mesmo que essa seja ficcional), o mínimo de coerência narrativa, fatores que não encontramos na atual “novela” da Globo. Os personagens principais mudam de lado “ao sabor do vento”, sem se fixar ao menos sete dias numa trama consistente. Haja paciência e disposição para acompanhar uma história que nunca para, nem mesmo para o espectador se afeiçoar a ela.

Senão vejamos: nos últimos capítulos Mavi, que já esteve com Viola, depois com Luma, voltou com Viola e agora está novamente com Luma, num relacionamento tóxico e sem nenhum carisma. Já Viola é um saco de pancadas desde o primeiro capítulo, não mantendo nenhuma coerência narrativa. Ruda é um personagem apático, sem carisma e quase inexistente, dando até preguiça escrever sobre ele.

Enfim, para série norte-americana, do tipo daquelas que a cada capítulo “plots twists” são necessários para sacudir uma história que o espectador só vai continuar a assistir na próxima semana, Mania de Você estaria perfeita. Porém, como novela em capítulos diários, não.

Falta uniformidade narrativa que mantenha o telespectador ligado a cada capítulo e não o faça sentir-se “traído” por acontecimentos não lineares. Além disso, ter um sentimento de perda de tempo frente ao aparelho de televisão. Novela é entretenimento e quando ela se torna enfadonha, o caminho é a emissora ao lado ou o simples “clique” de off do aparelho de televisão.