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Lima Duarte mudou sua carreira na Globo após O Bem Amado

Até o início da década de 1970, a programação da televisão era totalmente produzida em preto e branco, incluindo a Globo. A tecnologia que possibilitou gravar e exibir programas em cores chegou ao Brasil no final dos anos 60, mas demorou para ser implantada devido ao elevado custo parta as emissoras. Além disso, nem todo mundo possuía condições financeiras para trocar seus aparelhos em casa.

“O Bem Amado” entrou para a história da televisão brasileira por ser a primeira novela com todos os capítulos em cores. Uma verdadeira revolução para a equipe, que precisou rever os figurinos e cenários para evitar exageros e, desta forma, fazer o telespectador se acostumar com a novidade.

A realidade veio de Sucupira

Dias Gomes perfeito ao levar para a tela, através de personagens fictícios que viviam em Sucupira, a realidade do país. Além disso, propôs uma crítica ao sistema político do início dos anos 70 e que, infelizmente, parece sobreviver até hoje com suas promessas descabidas, como a construção de um cemitério, símbolo do crescimento de uma cidade.

“Vamos botar de lado os entretanto e partir pros finalmente”

Prefeito Odorico Paraguaçu

O Bem Amado foi o primeiro produto da televisão brasileira a conquistar o mercado internacional. A novela partiu de um tema muito comum na América Latina, os poderosos regionais, para atender a uma comunicação universal e, por isso, muito bem aceita em outros países. 

Virada na carreira

Lima Duarte deixou sua marca em O Bem Amado com Zeca Diabo, um redimido matador de aluguel que volta à Sucupira para fazer um “servicinho” para o prefeito e que, no final, o mata, inaugurando o tão aguardado cemitério. Esta foi sua estreia como ator na Globo, num final de contrato para direção de folhetins, algo que redirecionou sua carreira artística.

Segundo o advogado Sergio Dantino, em entrevista para o livro Biografia da Televisão Brasileira, após informado da sua escalação para a novela e se inteirar de detalhes da personagem, Lima  deixou crescer o bigode e foi ao centro de São Paulo em busca de um chapéu, marcas que seriam imprescindíveis para o cangaceiro. Ele compôs o tipo nos detalhes que desejava e o transformou numa referência. As atrizes Ida Gomes, Dorinha Durval e Dirce Migliaccio imortalizaram as Irmãs Cajazeiras ou, como o próprio prefeito dizia, “as donzelas praticantes”, fiéis correligionárias de Paraguaçu responsáveis por cenas carregadas de humor e críticas aos costumes e tabus da época.

Noite após noite, a discussão da política brasileira acontecia através dos embates entre a situação e oposição de Sucupira. Essa temática, o título de coronel para Odorico Paraguaçu e de capitão para Zeca Diabo colocaram a censura em alerta máximo. Eles chegaram a mandar a Globo editar e cobrir com efeito sonoro trechos de vários diálogos com as patentes proibidas. Além disso, determinaram a troca do tema de abertura da novela. “Paiol de Pólvora”, canção composta por Toquinho e Vinícius acabou substituída por “O Bem Amado”, gravada às pressas pelo Coral Som Livre. 

Novo padrão de qualidade

Por se tratar da primeira produção em cores da teledramaturgia da Globo, a direção artística da emissora ficou muito atenta à produção da novela. E usou todos os excessos cometidos para corrigir o padrão para os trabalhos que vieram na sequência. Empolgados com a nova tecnologia, os profissionais responsáveis pelos cenários e figurinos exageram no tom dos elementos. No vídeo, principalmente nos primeiros capítulos, as imagens ficaram carregadas com as fortes cores em roupas, acessórios e detalhes de decoração dos ambientes da novela.

“O Bem Amado” atingiu excelentes índices de audiência, ajudou a consolidar a faixa das 22h para a teledramaturgia. E se transformou numa lembrança forte para o telespectador a ponto de voltar sete anos depois como série. Em 1980, as principais personagens da novela de Dias Gomes regressaram ao vídeo em episódios semanais.

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José Armando Vannucci
José Armando Vannuccihttps://www.canaldovannucci.com.br
José Armando Vannucci é um jornalista e escritor com mais de 35 anos de carreira dedicada à cobertura e análise da televisão. Destacou-se na Jovem Pan e em programas da TV Gazeta, TV Globo e Band, consolidando-se como referência no setor ao integrar o júri do Troféu Imprensa, no SBT, e ao lançar, em parceria com Flávio Ricco, a obra "Biografia da Televisão Brasileira". Atualmente, o Canal do Vannucci é seu espaço para compartilhar novidades sobre os bastidores do universo televisivo.

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