Uma das grandes atrizes brasileiras, se não a maior, Fernanda Montenegro tem um papel muito importante na televisão brasileira. Mais do que papéis marcantes em novelas, minisséries e filmes, ajudou a TV Rio a consolidar sua teledramaturgia num dos momentos mais delicados da emissora.
Em 1963, a TV Excelsior adotou uma agressiva política de crescimento no Rio de Janeiro e não economizou dinheiro para tirar as estrelas da TV Rio. “Da noite para o dia, ela ficou sem programação. Mas, ai propusemos as novelas de Nelson Rodrigues, que foram aceitas pela direção”, recordou Fernanda Montenegro em entrevista ao livro Biografia da Televisão Brasileira.
Fernanda, ao lado de Sérgio Britto, Ítalo Rossi e Marilena de Carvalho, protagonizou “Sonho de Amor”. O texto inspirado nos personagens principais do livro “O Tronco do Ipê”, de José de Alencar. Entretanto, esse folhetim exibido também pela TV Record em São Paulo, que começara a incluir o gênero em sua grade com “João Pão”, uma novela de poucos capítulos onde o protagonista era um garoto carente que andava pela cidade com um pão debaixo do braço.
E, desta forma, a TV Rio conseguiu se manter no ar e reestruturar a sua grade de programação.
Dia de Festa: 95 anos de Fernanda
Nesta quarta-feira (16/10), Fernanda Montenegro completa 95 anos de idade. É uma das atrizes mais respeitadas no Brasil, afinal sua trajetória marcada por grandes interpretações e trabalhos imortalizados. Na televisão ela deu vida a Charlô, de Guerra dos Sexos, Bia Falcão, em Belíssima, e Jacutinga, na primeira versão de Renascer. E no cinema brilhou como Dora, protagonista de Central do Brasil. Aliás, por esse trabalho concorreu ao Oscar na categoria melhor atriz.
Durante minha carreira, entrevistei várias vezes Fernanda Montenegro. Sempre muito atenciosa e de uma humildade única. Mas, o dia em que ela me recebeu em sua casa para recordar histórias da TV para o Biografia da Televisão Brasileira é um momento especial. Falamos sobre grandes produções e profissionais e, durante um cafezinho, ele me contou o encantamento com o Rio de Janeiro que via pela janela de seu apartamento.