Autor levou para a TV trisal que viveu nos anos 1970

Quem Ama Não Mata foi baseada na repercussão da morte de Ângela Diniz e em experiências do autor e Daniel Filho

José Armando Vannucci
José Armando Vannucci - José Armando Vannucci
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Marilia Pêra e Claudio Marzo protagonizaram Quem Ama Não Mata
Marília Pêra e Claudio Marzo numa das primeiras cenas de Quem Ama Não Mata Reprodução internet
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Em 12 de julho de 1980, a TV Globo colocou no ar a minissérie “Quem Ama Não Mata”. Além de trazer todo o suspense do assassinato, essa produção levou ao público uma importante discussão sobre relacionamentos. Já no primeiro o telespectador sabia que ali estavam uma vítima e um criminoso, mas impossível apontar quem era quem. Aliás, foi assim até o final, graças ao bom texto Euclydes Marinho e direção precisa de Daniel Filho e Dênis Carvalho. É claro que Marília Pêra e Claudio Marzo se entregaram aos personagens tão complexos.

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Há 44 anos, as pessoas ainda discutiam a trágica morte de Ângela Diniz. Quatro anos antes da estreia da minissérie, a socialite mineira foi assassinada a tiros por Doca Street, que alegou ciúmes para a realização do crime. O noticiário foi intenso durante seu julgamento e um movimento pelos direitos femininos pichou um muro à frente do tribunal com a frase “Quem Ama Não Mata”.

Um certo dia, Daniel Filho e Euclydes Marinho conversavam sobre a vida, projetos e o toda a repercussão daquela morte que abalou o país. E dali surgiu a ideia da minissérie. Em nenhum momento os dois colocaram como questão fundamental levantar barreiras contra o machismo, uma vez que o tema surgiria naturalmente a partir da história. E foi o que aconteceu.

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A vida além do noticiário

A trama principal de “Quem Ama Não Mata” surgiu a partir de todo o noticiário, mas outros núcleos apareceram das vivências de Euclydes Marinho e Daniel Filho. Por exemplo, o casal Júlia e Chico contava parte da história vivida pelo autor e sua mulher. Ela era atriz e um dia chegou em casa dizendo estar apaixonada pelo ator com quem contracenava. Euclydes aceitou por um tempo viver esse triângulo, uma vez que sua esposa disse que ainda amava o marido. Esse casal de comportamento longe do padrão da época deu o que falar.

“Quem Ama Não Mata” até hoje é apontada como uma das grandes produções da nossa dramaturgia e o texto mais elaborado de Euclydes Marinho. Em 2015, o autor resgatou essa história e levou ao ar na faixa das 23h a minissérie ” Felizes Para Sempre?”, com Enrique Diaz, Maria Fernanda Cândido e Paolla Oliveira nos papéis principais.

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