Terra e Paixão presta serviço com história dos abusos sofridos por Petra

Nesta semana, novela vai mostrar a importância da família perceber os sinais da vítima

José Armando Vannucci
José Armando Vannucci - José Armando Vannucci
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Petra no casamento de Lucinda e Marin
Petra vai denunciar o tio abusador. Léo Rosario/Globo

Walcyr Carrasco e Thelma Guedes vão intensificar nessa semana a história do abuso sexual sofrido por Petra na infância. Algumas das consequências nós acompanhamos desde o início da novela, como por exemplo, vício da personagem em medicamentos e sua dificuldade para se entregar a relacionamentos e ter uma vida sexual saudável. Nos últimos meses, nós assistimos também um outro lado cruel desse problema: a falta de sensibilidade da família para tentar entender o que aconteceu e que levou aquela menina a ter esse comportamento. E mais do que isso: a ignorância do pai, que só aumentava a dor da filha ao chamá-la de “Miss Tarja Preta”.

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Os autores de Terra e Paixão construíram essa história de uma forma que levou, inicialmente, o telespectador também a olhar Petra com certo preconceito, como se fosse uma menina mimada viciada em remédios. E aos poucos fomos entendendo suas dificuldades e entrando nas dores que as vítimas inconscientemente escondem.

Mesmas estratégias para o crime

Dirceu voltou para Nova Primavera e não pensou duas vezes para assediar novamente suas vítimas e a buscar novas, ainda crianças. O irmão de Irene causa repulsa em Graça e Petra. E não seria diferente diante de tamanha violência, mesmo que as memórias estejam guardadas nos lugares mais profundos da mente.

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Eriberto Leão é Dirceu em Terra e Paixão
Foto: Paulo Barros/Globo

Walcyr Carraso e Thelma Guedes dão uma grande lição com esse retorno. Abusador não muda. Volta para cometer a mesma violência, o mesmo crime. E ainda acredita que a vítima gosta do que enfrenta.

Juntos para denunciar e prender

Petra e Graça vão se unir para denunciar e prender Dirceu. Anely, Flor e Luigi entrarão juntos nesse plano. Provas reunidas e Marino prenderá o criminoso. Mas, o mais importante virá depois. Antônio e Irene perceberão finalmente que jamais olharam como deveriam para a filha e não conseguiram identificar que ela sofria violência sexual na infância praticada justamente pelo tio.

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Vida Real

Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania publicados pela Agência Brasil, nos quatro primeiros meses desse ano, 17,5 mil violações sexuais contra crianças ou adolescentes foram denunciadas pelo disque 100. É um aumento de quase 70% em relação ao mesmo período de 2022. O mais impressionante: 14 mil violações ocorreram dentro da casa da vítima. E como estamos num mundo cada vez mais digital, só na internet aconteceram 1,4 violações nos quatro primeiros meses de 2023.

A violência sexual contra crianças e jovens é uma triste realidade do nosso país e deve ser combatida. Os especialistas afirmam que a família é peça fundamental nessa luta porque conseguirá reparar alguma mudança de comportamento que leve à conclusão de que algo esteja acontecendo. E sempre será necessário um acompanhamento psicológico, serviço oferecido na rede pública.

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