Os primeiros capítulos de Beleza Fatal impactaram muitos profissionais da Globo, que viram na trama da Max soluções e caminhos para as novelas da emissora. Autores e diretores reconhecem que Raphael Montes criou numa história envolvente com todos os elementos do bom folhetim, mas também com uma certa modernidade. Entretanto, o formato é o que mais chama a atenção.
Nos bastidores da Globo muitos reconhecem que chegou a hora do comando da teledramaturgia discutir efetivamente a redução na quantidade de capítulos das novelas. Todos reconhecem que esta é uma equação difícil, mas um tema necessário nesse momento. Afinal, o principal produto da emissora atravessa um período de turbulência. Novelas curtas podem atrair mais telespectadores e contar com menos núcleos, algo que facilitará na narrativa das tramas centrais e paralelas.
Supervisão e orientação
Muitos profissionais da Globo apontam que o grande diferencial de Beleza Fatal está na combinação do tempo dedicado à escrita com a supervisão da obra. Raphael Montes contou com o olhar de Silvio de Abreu, que leu a sinopse e propôs alguns ajustes antes do desenvolvimento dos capítulos. Depois, avaliou cada episódio e, com sua experiência, indiciou possíveis mudanças, inclusive nos diálogos. Quem acompanhou esta etapa toda afirma que a química entre Raphael e Silvio foi perfeita.
Lá na Globo muitos reconhecem que falta para a dramaturgia da emissora um processo semelhante ao adotado pela Max. Autores, diretores e produtores dizem, em conversas informais com a coluna, que o atual processo de produção não consegue corrigir antecipadamente possíveis deslizes no roteiro ou na narrativa. Por isso, defendem mudanças na avaliação de sinopses, aprovação de tramas e acompanhamento diário dos capítulos. O próprio Silvio de Abreu, quando comandava a teledramaturgia da Globo, lia diariamente os roteiros das novelas que estavam no ar ou em produção. Além disso, tinha diálogos constantes com os autores.