Nos primeiros anos da Record, a emissora apostou no “Grande Teatro Cacilda Becker”, que reuniu nomes importantes dos palcos paulistanos. O programa tinha por volta de uma hora e 20 minutos de arte ao vivo. “Eram 40 páginas para cada peça apresentada às segundas-feiras”, lembrou Nilton Travesso, diretor responsável pelo projeto, em entrevista ao livro Biografia da Televisão Brasileira.
Muitas das peças interpretadas necessitavam de passagens de tempo e mudanças de maquiagem e, por isso, atrás dos cenários montavam pequenos camarins para dar apoio aos artistas. “É até difícil para as pessoas imaginarem essa logística porque no ar tudo parecia perfeito e até quando os erros aconteciam acabavam administrados”, completou Travesso.
Um dos maiores diretores da TV
Nilton Travesso é um dos nomes mais importantes da televisão brasileira, afinal participou de diversos programas que até hoje são lembrados. Ele era da Equipe A da TV Record, grupo responsável pelos musicais dos anos 60, entre eles do comandado por Elis Regina. A Equipe A também comandou o Família Trapo, humorístico que é referência até hoje para atrações do gênero. A Grande Família, por exemplo, inspirado nele.
Nilton Travesso foi um dos primeiros diretores do Fantástico, comandou o Balão Mágico e o emblemático TV Mulher. O sucesso de Pantanal aconteceu durante sua gestão artística da TV Manchete. Logo depois, implantou a dramaturgia no SBT com a realização de Éramos Seis.
Esta e muitas outras histórias da Tv estão no livro Biografia da Televisão Brasileira, que eu escrevi junto com Flávio Ricco.