Cinco anos para convencer Boni de que “Que Rei Sou Eu?” seria um grande sucesso

Cassiano Gabus Mendes só recebeu sinal verde depois de provar que conseguiria criar situações para merchandising

José Armando Vannucci
José Armando Vannucci - José Armando Vannucci
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Rainha Valentina, personagem da novela Que Rei Sou Eu?
Rainha Valentina representava o pior da política brasileiraReprodução internet

Um dos grandes sucessos da teledramaturgia brasileira Que Rei Sou Eu?, precisou de cinco anos para ter a aprovar alto comado da Globo. Boni e a diretoria comercial precisaram de muitas reuniões para serem convencidos de que era boa a história da histérica rainha Valentina, que, sem nenhuma condição, assume o trono e acaba nas mãos de conselheiros que só pensam nos benefícios próprios. Os executivos da TV Globo afirmavam impossível vender a novela.

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Mas, como fazer merchandising numa trama que acontece numa época em que não havia energia elétrica, carros e preocupações com os cuidados pessoais? Cassiano Gabus Mendes convenceu a todos ao dizer que a criatividade é capaz de atravessar qualquer barreira e vender os mais diferentes produtos e sonhos. “Não tem problema nenhum. Eu faço a mulher da aldeia sonhar com o Omo e o caro com o Fusca. Qual o problema?”, sugeriu o autor.

Elenco principal da novela Que Rei Sou Eu?
Novela foi um grande marco na teledramaturgia brasileira. Foto: Reprodução internet

Que Rei Sou Eu? foi um recado direto ao mundo político num país que se preparava para as primeiras eleições diretas em 29 anos. Sem dúvida, a novela foi um grande sucesso de audiência. Além disso, conquistou a crítica especializada.

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Só sucessos com a sua assinatura

Cassiano Gabus Mendes escreveu grandes sucessos, entre eles “Brega & Chique”, “Elas por Elas”, “Ti Ti Ti”, “Plumas e Paetes” e “Locomotivas”. “Meu Bem, Meu Mal” e “O Mapa da Mina” foram suas últimas novelas.

Cassiano Gabus Mendes era um profissional respeitado por todos e, mesmo longe das obrigações de um diretor artístico, sempre que possível dava conselhos aos amigos, outros autores, intérpretes e até para José Bonifácio Oliveira Sobrinho, o todo poderoso da Globo. “Tinha uma época, nos anos 80, que o Boni sempre chamava meu pai na hora de montar a grade de programação. Eles conversavam primeiro e, logo depois, meu pai dizia o que achava do que estava planejado”, revela o ator Cassio Gabus Mendes.

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