O SBT não conseguiu interromper a tendência de queda de audiência registrada nos últimos anos. Apesar de todos os investimentos em programação, a emissora fechou 2024 com uma redução de 8% em sua média/dia. É uma queda menor do que a registrada em 2023, quando recuou 12%. Entretanto, nos últimos doze meses, a Record manteve-se estável e a Globo perdeu apenas 0,4 ponto percentual na média/dia na Grande São Paulo.
Segundo dados consolidados do Kantar Ibope, em 2024, a Globo liderou o mercado na Grande São Paulo com 13 pontos na média/dia (07h às 24h). Logo depois, aparece o streaming com 9,9 pontos, seguido pela Record com 5,1 de média. O SBT ficou em quarto lugar com 3,4 pontos.
Redução gradual
O SBT tem registrado nos últimos anos uma redução gradual em sua participação no mercado, tanto em São Paulo, quanto no Painel Nacional de Televisão. Em 2022, o SBT alcançou 4,2 pontos de média em São Paulo. Em 2023, a emissora recuou 12% ao marcar 3,7 de média. E, agora, encolheu mais 8% ao conquistar 3,4 pontos.
Os números do Kantar Ibope obtidos pelo Canal do Vannucci junto a fontes do mercado, apontam que o maior impacto na audiência do SBT aconteceu na faixa da manhã. Entre 06h e 12h, no ano passado, o SBT viu sua audiência secar em 16%. Foi justamente neste período do dia em que a emissora investiu pesado com a criação do Chega Mais e a reestruturação do Primeiro Impacto. O desempenho ruim da revista eletrônica ajudou a puxar para baixo a média do SBT. Mas, as tardes e noites também perderam público durante o ano que terminou.
Um ano de apostas e quedas
Pensada e desenhada durante meses, em março de 2024 o SBT lançou sua nova grade. As principais apostas foram o Chega Mais, Tá na Hora, É Tudo Nosso, Luccas Toon, Circo do Tiru e Sabadou. A revista eletrônica e o programa de Benjamin Back chegaram ao fim em dezembro, junto com o Programa Raul Gil. Agora, a expectativa fica para a permanência ou não do infantil de Luccas Neto e Tirulipa. Já Virgínia Fonseca está garantida, afinal tem bons números desde o seu lançamento.
Ao fechar mais um ano em queda, o SBT se vê obrigado a rever suas apostas. E não somente nos programas, mas em profissionais e, principalmente, no olhar e conselhos da equipe mais próxima de Daniela Beyruti. Ninguém conseguiu pisar no freio. No máximo, reduziram a marcha, numa analogia com um carro em movimento.
A grade de 2024 foi montada depois que muitos executivos chegaram à conclusão que a audiência e o retorno comercial só aconteceriam com a contratação de artistas com forte presença nas redes sociais e influenciadores. Nem mesmo Virgínia Fonseca levou seus 50 milhões de seguidores para a frente da TV. Se ela tivesse levado pelo menos metade, teria no mínimo 35 pontos no PNT. Ou seja, não há essa transferência como muitos na Anhanguera acreditam e defendem.
TV aberta é TV aberta e o SBT precisa criar atrações pensando nisso. E mais: contratar artistas, apresentadores, colaboradores e comentaristas conhecido dos telespectadores e não de seguidores, que estão lá na internet. Mas, parece que o raciocínio que derrubou a audiência do SBT permanece. Está na hora da Daniela Beyruti ouvir mais quem realmente gosta e entende de televisão e deixar os palpiteiros com outras formações e oratórias cuidar de seus negócios, interesses e crenças.
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